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Quando você manda aquela figurinha no WhatsApp, posta uma foto no Instagram ou maratona sua série preferida na Netflix, aposto que você não imagina que seu sinal viaja… pelo fundo do oceano! Pois é. A internet não é mágica, não vem do ar, muito menos de satélites mirabolantes flutuando sobre nossas cabeças. Na verdade, ela depende de uma teia gigantesca e muito real de cabos submarinos, que cruzam oceanos, mares e abismos, conectando continentes inteiros.
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E não estamos falando de um ou dois cabos, não! Estamos falando de mais de 500 cabos submarinos ativos, totalizando cerca de 1,4 milhão de quilômetros de cabos. Isso dá quase 36 voltas na Terra. E a pergunta que não quer calar é: como isso funciona? E, claro, quem foi o gênio que teve a ideia maluca de jogar fios no fundo do mar?
De onde veio essa ideia maluca?
A história dos cabos submarinos é bem mais antiga do que a internet. Ela começou lá em 1858, quando os britânicos resolveram puxar um fio telegráfico de um lado do Atlântico até o outro, ligando os Estados Unidos à Europa. Resultado? Funcionou… por três semanas. Depois, pifou.
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Mas eles não desistiram. Foram tentando, testando, aprimorando materiais e tecnologias, até que hoje, esses cabos são responsáveis por cerca de 99% de todo o tráfego internacional de dados. Sim, 99%! Se você achava que a internet vinha do satélite, sinto informar: satélites são mais para GPS, televisão e internet em locais muito remotos. A internet de alta velocidade que usamos, especialmente para vídeos, lives e aquele download maroto, vem mesmo dos cabos submersos.
Mas… como é esse cabo? Parece fio de carregador?
Nem de longe. Se fosse, imagina o primeiro peixe curioso mastigando o fio e derrubando o Wi-Fi do planeta inteiro?
Os cabos submarinos são verdadeiros monstros da engenharia. Apesar de parecerem finos (alguns têm o diâmetro de uma mangueira de jardim), eles possuem várias camadas de proteção: aço, cobre, polímeros e até proteção contra mordidas — sim, os tubarões já tentaram saborear a internet.
O núcleo do cabo é uma fibra óptica, por onde os dados viajam na velocidade da luz, em forma de sinais de laser. Uma única fibra pode carregar terabytes de informações por segundo. E esses cabos não são jogados no mar assim, no grito. Eles são cuidadosamente posicionados por navios especializados, que usam mapas do fundo do mar para evitar áreas com terremotos, vulcões submersos, ou onde o risco de âncoras e redes de pesca é maior.
Tem perigo no fundo do mar? Tem, e muito.
Se você acha que o perigo na internet são os hackers, saiba que, debaixo d’água, os vilões são outros. São terremotos, deslizamentos submarinos, âncoras de navios, redes de pesca e, acredite, até mordidas de tubarões (sim, de novo eles). Existem registros de tubarões atacando cabos, talvez confundindo com alguma presa exótica ou apenas porque, bem… são tubarões, né?
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E quando um cabo rompe? Dá ruim. Dependendo do cabo, pode gerar lentidão ou até desconectar um país inteiro do mundo. Mas calma, geralmente existem várias rotas alternativas. É como se a internet tivesse um Waze próprio: se uma via cai, ela recalcula a rota.
Quanto custa fazer isso?
Prepare-se: instalar um cabo submarino pode custar algo entre 100 milhões e 500 milhões de dólares, dependendo da extensão e da complexidade da rota. Por isso, geralmente não é um país que faz isso, e sim consórcios de empresas gigantes, como Google, Facebook, Amazon, Microsoft, e também operadoras de telecomunicações.
Aliás, se você achava que a Big Tech estava só nas nuvens, saiba que elas estão firmemente… no fundo do mar. O Google, por exemplo, tem dezenas de cabos próprios conectando seus data centers ao redor do mundo.
E onde esses cabos estão? Tem perto do Brasil?
Com certeza! O Brasil é ligado ao mundo por diversos cabos submarinos. Saem daqui cabos para os Estados Unidos, Europa, África e outros países da América do Sul. Eles saem de cidades litorâneas como Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP), que são verdadeiros hubs da internet no hemisfério sul.
Se você estiver em Fortaleza, por exemplo, está literalmente em cima de um dos pontos de entrada da internet mundial no Brasil.
O que acontece se TODOS os cabos forem cortados?
Bom… basicamente, voltamos para a idade das trevas digitais. Sem memes, sem WhatsApp, sem YouTube, sem Netflix, sem e-mail, sem Google. Um colapso. Mas calma, isso é extremamente improvável. Além dos cabos serem redundantes (ou seja, tem várias rotas alternativas), há monitoramento constante. Quando um problema surge, equipes especializadas são acionadas, pegam um navio, vão até o local, puxam o cabo lá do fundo (às vezes de 5 ou 6 mil metros de profundidade) e fazem o reparo no meio do oceano.
Conclusão: a internet é muito mais oceânica do que você imaginava
No fim das contas, toda vez que você dá um like, assiste um vídeo ou briga no Twitter, lembre-se: sua mensagem provavelmente cruzou milhares de quilômetros, viajando por cabos submersos no fundo do oceano. Uma façanha incrível da engenharia moderna que, sinceramente, merecia mais reconhecimento. Afinal, quem diria que, no século XXI, estar conectado ao mundo ainda depende… de fios.